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Need for Speed The Run

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Need for Speed The Run é 8 ou 80, ame ou odeie mesmo! E o mais interessante é que algumas das coisas podem fazer você odiá-lo podem também agradar outros jogadores, mesmo que sob alguns aspectos o game pode até mesmo nem ser considerado um jogo de corrida, mas vejam só, eu adorei mesmo assim.
O jogo não tem defeitos técnicos, tudo funciona bonitinho, boa variedade de carros, diversas localidades bem variadas, gráficos muito bons (sério mesmo, aquela parte próxima do fim com a estrada coberta de folhas amarelas é uma das coisas mais bonitas que já vi em games de corrida), boa jogabilidade que não decepciona quem gosta de um bom arcade de corrida.

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O pessoal da Black Box trouxe de volta algo que eu gostava muito no primeiro Most Wanted, que era o fato do nitro jogar o peso pra traseira, grudando o carro no chão e ajudando muito nas curvas, totalmente irreal eu sei, mas estamos falando de um game de corrida totalmente arcade, encaixa perfeitamente na jogabilidade.
A trilha sonora é outro ponto alto do jogo, nada de artistas ou bandas famosas pra fazer número, aqui todas as musicas parecem ter sido escolhidas com muito cuidado para se encaixar em cada situação, com muitos arranjos instrumentais que transmitem a sensação de ação frenética que o game mantém a maior parte do tempo, trabalho de primeira mesmo! Enfim, tecnicamente falando o jogo é muito competente e por isso acabo ficando ainda mais triste pelo fim da Black Box, damn you EA!

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Os problemas podem começar a aparecer quando analisamos o gameplay e as decisões tomadas pela equipe de desenvolvimento. Digo, “podem aparecer”, porque como eu disse, isso pode ser justamente o que vai agradar muitos jogadores.
O jogo busca misturar historinha com corrida. Você controla Jack Rourke, um babaca qualquer que irritou uns babacas da máfia e agora tá com o rabinho na rifa e vendendo número baratinho, sua salvação é Sam Harper uma gostosinha que conhece as pessoas certas que podem livrar o rabinho de Jack desde que ele resolva uma paradinha pra ela: atravessar os EUA, de costa a costa, de São Francisco a Nova Iorque vencendo outros 200 corredores.
Clichezão pacacete mesmo, ainda mais se levarmos em conta que esse tema de atravessar os EUA numa corrida sem regras é muito comum, não apenas nos games mas também no cinema em filmes como The Cannonball Run e Rat Race.

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Mas é aí que o game se destaca. Os cenários são muito bem feitos e variados, retratando não apenas as estradas e suas condições geográficas e climáticas dos EUA, bem como pequenas cidades e metrópoles. A trilha sonora como eu disse ajuda muito a entrar no clima, te empolga pra correr no limite, te coloca na pele do protagonista correndo pra salvar a vida, sem falar que o game entrega uma sensação muito legal de games mais antigos com a mesma premissa como Cruin’s USA, Out Run ou Zippy Race. É muito, muito legal MESMO!!

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É aí que o game se perde um pouco. Se fosse apenas os trechos de corrida tradicional, onde simplesmente o mais rápido vence, com algumas cutscenes entre uma etapa e outra, teríamos tido um clássico instantâneo, provavelmente um dos melhores Need for Speed já feito. Mas os caras da Black Box queriam mais, queriam cenas cinematográficas de perseguição com helicópteros, troca de tiros em alta velocidade, policiais com sangue nos zóio querendo acabar com a sua pele.
Eles queriam fazer um filminho! No momento que escrevo isso Kojima solta um longo e emocionado suspiro e uma lágrima escorre pela face de David Cage. Rola até QTE.

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Por incrível que pareça, neste game, isso não é ruim, pelo menos não totalmente, as passagens mais cinematográficas são muito bem feitas, exageradas pacaralho é verdade, mas bem feitas. Quem curte filmes do tipo Velozes e Furiosos ou Carga Explosiva vai até gostar do bagulho, o problema é que pra rolar essas paradas eles tiveram que mexer no gameplay, para um determinado evento influenciar na corrida é necessário um ambiente controlado. Você precisa chegar em um ponto pré-determinado do game num tempo pré-determinado, numa posição pré-determinada, sem margem para variações.
Nunca pensei que ia dizer isso mas se trata de um game de corrida scriptado.

Aliás, sob determinado ponto de vista, nem dá pra chamar de game de corrida, por mais absurdo que isso possa soar. Um game de corrida se baseia na premissa de que quem é mais habilidoso, anda mais rápido e quem anda mais rápido vence. Em The Run isso é quase irrelevante. Você sai de São Francisco na 200ª posição, e precisa chegar em Las Vegas em pelo menos 150º.
Beleza, mas e se eu for mais rápido e chegar em 130º? Não dá, o game não deixa.
Se em determinado percurso sua missão é passar 10 carros, é só 10 carros que você vai passar, porque mesmo que você seja um ás no volante, não vão aparecer mais do que dez infelizes naquele trecho da estrada.

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Na última etapa eu cheguei a abrir mais de 10 segundos de vantagem pro meu rival, ainda assim ele inexplicavelmente estava me esperando num determinado ponto do trajeto pra me dar um tiro, forçando a sair da pista e desencadear a ultima e emocionante parte cheia de adrenalina do game, e pouco tempo depois, quando eu volto a persegui-lo não importa o quão bom eu era em desviar dos containers, sempre que eu me aproximava ele aparentemente ativava algum botão vermelho na alavanca do câmbio e disparava quilômetros a frente. Nem preciso dizer o quanto isso pode ser frustrante para alguns.

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Mas peralá, você não disse que isso não era totalmente ruim Murad? Que porra é essa? Isso é péssimo!
Pois é, mas essa característica de controlar exatamente o que o jogador pode ou não fazer é o que faz com os eventos mais marcantes e divertidos do game possam ocorrer. Descer uma pista montanhosa coberta de gelo enquanto os malucos do Detran norte-americano detonam explosivos pelos arredores fazendo cair blocos de neve do tamanho de um elefante no meio da pista enquanto tentamos desviar a mais de 200km/h. Ou os mafiosos filhos da mãe que mandam a porra de um helicóptero descer chumbo enquanto corremos por dentro de um edifício a mais de 200km/h. Basta imaginar as cenas mais comuns de ação no cinema e acrescentar o fato de estarmos numa caranga cabulosa a mais de 200km/h! Não tem como não ser legal!
A ideia do game é essa, ele é um game de ação sobre rodas. Por exemplo, quem diz que Driver é um game de corrida? Pois é, aí é que tá, ele tá muito mais para um Driver do que para um Need For Speed, e é isso que pode estragar a expectativa de muitos.
Por sorte eu consegui perceber isso, e por mais que seja fissurado em games de corrida, esse eu consegui curtir muito devido a sua ambientação e gameplay, por mais controlado e scriptado que ele possa ser. Recomendo muito!

  • Mecânica – 8
  • Audiovisual – 9
  • Narrativa – 7

Nota Final 8,0

Versão de Xbox 360