Mais uma análise na área, e dessa vez não é outro game de puzzle. Far Cry 5 é um dos grandes lançamentos do mês de Março.
Sinceramente, conheço a série bem superficialmente, pois nunca joguei sério nenhum game da franquia, então eu não sei bem o que melhoraram nessa versão para as demais.
– Primeiras impressões / Audiovisual:
Já logo de cara, o game inicia com uma coisa que me deixa muito triste, mas que não chega a atrapalhar o andamento da jogatina da maioria das pessoas. Isso pode ser considerado somente um tipo de “tique-nervoso” meu.
Assim que você aperta o “Start”, o game já começa com as cutscenes com áudio dublado em português brasileiro e sem legenda, e demora um tempo até você ter controle do personagem, e poder acessar as opções para ligar as legendas.
Tudo bem que nesse caso, o jogo está dublado e é possível entender bem as falas dos personagens, mas em jogos que o áudio em inglês é o padrão, pode irritar um pouco a falta de legenda inicial.
O game foi feito na engine Dunia, e é bem bonito rodando no PS4. Depois de passado aquela impressão inicial, percebemos que os gráficos são muito bons, com efeitos de explosões legais, e a balística das armas também.
Os personagens são bem modelados, mas a variedade não é tanta quanto parece. Na hora do combate, parece que sempre os mesmos inimigos retornam.
Os sons também são bem convincentes, e não encontrei nada de errado. Barulhos de tiros de diversos tipos, explosões, aviões, helicópteros, barcos, e muito mais.
Não encontrei nenhuma vez aquele clássico problema de construção de cenário ao andar rápido demais com um veiculo. Ainda bem. Alguns bugs bizarros também foram conferidos, mas apenas um me obrigou a “morrer” para que o jogo voltasse ao normal. Os (poucos) outros bugs que encontrei, não atrapalharam e nada a jogatina. O jogo roda liso, praticamente sem quedas de framerate.
A incrível pedra flutuante– Narrativa:
Em Far Cry 5, a história se passa em um lugar fictício chamado Hope County, onde uma seita religiosa está causando problemas na cidade inteira. A policia local já desistiu de interferir, e faz vista grossa ao que o pessoal da seita anda fazendo, achando melhor ignorar e tentar levar a vida numa boa.
Você é um recruta da polícia federal (que pode ser masculino ou feminino), e vai acompanhar outro agente com um mandato para finalmente prender o líder da bagunça toda: Joseph Seed.
Mas como sempre acontece, nos filmes, jogos, seriados e etc, algo dá errado e você tem que se virar para sobreviver no meio de um ambiente hostil cheio de fanáticos.
Com pouco tempo de jogo, você encontra pessoas que não gostaram nem um pouco dos irmãos Seeds estarem tocando o terror na sua terra natal, então você acaba formando uma resistência contra eles.
Sou adepto do cinema “sessão da tarde”, ou seja, não sou de ficar prestando muita atenção na construção de personagens, sua motivações, detalhes do subconsciente e etc. eu só quero simplesmente assistir, então vamos tentar falar sobre os personagens:
Os irmãos Seed são tudo de ruim que possam caminhar nessa terra. São psicopatas, sádicos e tem uma boa lábia para trazer um rebanho de seguidores para o seu lado. Além disso, utilizam de violência extrema com aqueles que não se submetem ao seus caprichos. Além de todo o dinheiro que conseguiram juntar/roubar/extorquir.
Cada um deles tem personalidades diferentes, e são bem representados pelos seus dubladores. Eu não encontrei nenhum personagem que seja totalmente tosco e mal feito.
No geral, a história em Far Cry 5 tinha tudo para dar rebuliço na mídia, e apesar de abordarem temas como tortura, extermínio, corrupção e etc, em nenhum momento a história do jogo me deixou chocado. Os personagens principais agiam da forma que se esperavam deles, conforme a personalidade de cada um.
– Mecânicas:
Far Cry 5 é um first person shooter com um mapa de mundo aberto, e por falar em mapa, eu achei o mapa mundi do jogo muito bem feito. Ele parece com uma maquete da cidade, mostrando montanhas, lagos, florestas, estradas, etc…
Conforme você vai fazendo as missões, que vão te fazendo avançar cada vez mais longe do ponto inicial, você vai encontrando pontos de interesse no mapa, que podem ou não habilitar missões paralelas ou principais. Cada missão, resgate, ou destruição de alguma propriedade da seita, rendem pontos de resistência naquela região onde ocorreu essa ações.
Faz muito tempo desde a última vez que eu joguei um game open-world assim, e apesar do histórico da Ubisoft utilizar o “open-world quest generator”, em Far Cry 5 eu não encontrei aqueles colecionáveis banais como é bem comum nesse gênero de jogo. Tem algumas regiões de caças e pesca, tem missões de destruir Silos da seita, mas os números não são nada absurdos, e essa missões podem ser feitas rapidamente quando você tiver acesso à veículos rápidos para locomoção.
Também é possível fazer uma viagem rápida de um local libertado para outro, mas toda vez que faz isso ocorre uma inevitável tela de loading, então eu só fazia isso quando a distância era muito grande para percorrer de veículo.
O jogo possui um sistema de dinheiro, mas eu não usei para comprar nenhuma arma diferente. Eu apenas recarregava os arremessáveis como granadas e dinamite, e comprava kits de emergência e colete. Aliás, aqui o “sanguinho” se regenera completamente caso você fique parado por alguns segundos sem levar dano.
Os comandos são o padrão para jogos de tiro: R2 para atirar, L2 para lançar granada, botão círculo faz o personagem abaixar, e aqui não é possível deitar como alguns outros jogos do gênero FPS.
Botão quadrado é o botão de ação, e também recarrega a arma. Ataque físico é feito com o botão R3, e caso você encontre algum inimigo desavisado da sua presença, é possível derrubá-lo silenciosamente com o mesmo comando.
O botão L1 você abre a Roda de Armas, para visualizar melhor seus equipamentos e selecionar diferentes armas, mas isso não pausa o tempo de jogo, então tome cuidado ao usar isso. Ao segurar o L1 e apertar o R1, você vai para o menu de utilidades, onde é possível criar itens homeopáticos com diferentes efeitos como aumentar velocidade, aumentar força dos ataques físicos, etc.
Você também pode contratar alguns especialista na maioria das missões, os Armas de Aluguel, e cada um tem algum tipo de habilidade especial. Confesso que fiquei a maior parte do tempo com o Boomer: o vira-lata consegue marcar os inimigos próximos, sem eu precisar utilizar o binóculo, e eu fazia carinho nele no final de qualquer missão.
Algumas missões dão bônus extra em dinheiro caso você complete ela sem soar alarme, ou sem ser detectado.
Sobre os upgrades, o jogo tem alguns desafios que devem ser completados, para que você ganhe pontos e assim poder comprar as vantagens. Os desafios variam desde matar certa quantidade de inimigos com cada arma, caçar certa quantidade de animais de cada tipo, até a quantidade de inimigos abatidos por cada um dos Armas de Aluguel.
O controle de todos os veículos são bem simples e funcionam muito bem, ajudando a não frustrar os jogadores ao utilizá-los.
– Conclusão:
Gostei bastante do jogo, que apesar de ser mundo aberto, não é cheio daquelas missões chatas feitas para “encher linguiça”. A ação é frenética na maioria das vezes, e se você jogar seguindo somente as missões principais, não vai parar pra respirar nem por um minuto.
O mapa-mundi do jogo é bem legal, e dá vontade de fazer um rolê com todos os tipos de veículos para descobrir todas as partes escuras do mapa.
Narrativa: 8,5
Mecânicas: 9
Audiovisual: 9
Nota Final: 9
A versão para analise foi a de Playstation 4 e foi gentilmente cedida pela Ubisoft Brasil.