Na Digital Store do Playstation VR existe uma seção chamada de experiências em VR, que se distingue dos jogos em VR, pelo tempo de duração e da interação. Um tipo de proposta diferente da normal. Estranhamente, Restless Spirit nem tem a duração e nem a interatividade que é necessária para estar classificado na seção de jogos, mas é lá que você irá encontra-lo.

Ser perseguido por um fantasma de uma garota não é novidade no entretenimento de terror, mas é difícil avaliar um produto que não pertence ao segmento dos jogos como tal e tratar de aspectos como gameplay, quando o máximo que se tem são poucas partes, precisamente três partes, onde o jogador clica no R2 do Dualshock e esta é a interação do “jogo”, além de ser um espectador dos acontecimentos que decorrem na trama.

Então estejam avisados que se buscam um game de Terror, e eles são um dos pontos fortes do VR – especialmente pelo fato do PSVR ter tido um destaque excepcional com Resident Evil VII, um verdadeiro “System Seller” do aparelho – não será este tipo de qualidade ou experiência encontrado aqui, que sequer deveria ser vendido como jogo na Store.

Então, cientes do tipo de experiência que irão encontrar: o enredo é confuso e deixa pontas soltas. Basicamente se resume a um filme de 10 minutos onde o jogador é perseguido por um fantasma, sendo levado a uma floresta, encontrando no caminho um fantasma de uma garota que irá guia-lo, lhe indicado direções que farão você escapar de outros fantasmas que querem você morto, por razões que o jogo não explica. Posteriormente, em algo que o jogo chama de capítulo, surge um homem dirigindo um veículo e é perguntado ao mesmo o que está acontecendo e o motorista respondendo que você não acreditaria se ele lhe contasse, mas sem grandes explicações. Não sendo o fato de ser uma experiência curta justificativa para apresentar uma trama sem sentido, merece nota 4,0 pelo enredo.

Quanto à parte técnica, na questão visual, os sons e a produção do vídeo são simplesmente ok. Não tendo como ser analisado como um jogo, mas como uma experiência áudio visual, o som traz imersão a experiência e a qualidade de produção é simples, porém suficiente pra proporcionar alguns sustos divertidos, merecendo nota 6,0 pela parte audiovisual.

A avaliação do gameplay seria até injusta de ser feita, por se tratar de uma experiência em VR e não propriamente de um jogo, assim o gameplay vai além de uma simples limitação, para quase inexistente, tendo dificuldade para ser avaliado. O “jogo” proporciona a imersão que uma experiência construída desta forma deseja oferecer, porém por estar inserida na Digital Store do Playstation como jogo, torna necessário que seja atribuída uma nota de gameplay, com as ressalvas já feitas nesta análise. Assim, acredito que ponderando sobre a experiência e entendendo que o gameplay é uma ferramenta que contribui para a imersão do jogador, o jogo merece ser atribuído nota 5,0 neste elemento de gameplay/interação.

Se você é um ávido consumidor de terror japonês, aguarde uma promoção e mergulhe de cabeça. No caso de esperar encontrar algo no nível de um Resident Evil VII, passe bem longe, pois antes precisamos entender que nem jogo o produto de fato é, devendo ser tratado como uma experiência em VR, assim, por mais que estivesse disposto a gostar da experiência, essa não seria uma compra que recomendaria.

Nota Final: 5,0