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Dead Cells

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Roguelike – um sub-gênero muito difundido num seguimento meio Cult dos games, foi só recentemente que ele ganhou uma certa popularidade. Em parte porque é muito divertido, em parte porque é um conteúdo extremamente streamer friendly. Agora pensa só: Seria possível juntar um jogo do calibre de Castlevania: Symphony of the Night, bem humorado, com essa pegada Roguelike? Dead Cells mostra que dá e que funciona muitíssimo bem.

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Um ser mais desavisado, de primeira, poderia pensar que Dead Cells é um Soulsvania, um metroidvania com um combate mais tenso e meticuloso, que requer certa atenção e menos frenesi. Mas bastam alguns minutinhos somente para que Dead Cells surpreenda com a ação non-stop,  o combate frenético e as quase-infinitas possibilidades de combinação de armas e habilidades, que vão das mais simples espadinhas chinfrim até suas boas e velhas espadas gigantes; arcos e bestas; armadilhas; magias… está tudo aí, com animações extremamente bem feitas e fluídas.

O ritmo frenético de jogo é absurdo, por horas.  É um jogo rápido, isso sem dúvidas, mas é um jogo recompensa o jogador que decide jogá-lo de forma ainda mais rápida. Quando se mata uma determinada quantidade de inimigos em sequência, você ganha um buff de velocidade e, por tal, acaba correndo mais rápido. Isso te ajuda e facilita acessar certas salas (recheadas de recompensas) que só ficam disponíveis caso consiga fazer isso o mais rápido possível. Isso contrabalanceia de forma primorosa o fator repetitivo que roguelikes tem.

76067725Dead Cells é, acima de tudo, um metroidvania com elementos roguelike e jamais um metroidvania roguelike. Roguelike é elemento de “tempero” e não elemento definidor. O jogo tem seu “quê” de proceduralidade, gerando as fases de forma completamente aleatória (com certas exceções que sempre acontecem, como uma sala onde um boss ou runa – Power-ups que não somem ao morrer) e tem seu “quê” de repetitividade também, já que mesmo com o contrabalanceio citado anteriormente, você vai rever os mesmos inimigos toda hora nos mesmos mapas.  Como dito, é um metroidvania: Cada Runa vai te liberar mais e mais progresso, mais e mais chances de dropar blueprints para armas e skills mais legais e mais oportunidade de ter grandes quantias de Cells – unidade “monetária” importante do jogo, pois é com elas que você libera as melhorias permanentes para o Prisoneiro, o protagonista.

Algumas coisinhas me incomodaram um pouco, como a impossibilidade de “farmar” Celulas a longo prazo. Sim, funciona muito bem para a proposta do game e, como um todo, combina com aquele “tempero” roguelike, mas perder todas as células quando se morre e poder utilizá-las somente entre-mapas me soa um tanto esquisito, no geral, já que elas são parte vital do game. O caráter customízavel de Dead Cells é bem interessante, já que o protagonista conta com 3 atributos que ditam todos os valores responsáveis pelas armas e pelas Mutações, habilidades passivas que são capazes de – vocês adivinharam – criar camadas e mais camadas de possibilidades e estratégias.

Estranhamente bonito, Dead Cells é um game que lida com temas meio pesados de uma forma bizarramente divertida. O protagonista, apesar de silencioso, é extremamente carismático e se expressa gestualmente de uma forma muito engraçada, com “diálogos” e monólogos (quando vocês acharem o Cogumelólogo vocês saberão do que eu tô falando) divertidos. Por vezes de humor ácido e negro, mas sempre divertidos – além do DOUBLE JOINHA™ mais legal dos últimos 5 anos. A narrativa, no mais, é simplificada e contada de modo fácil, quase à conta-gotas. Graficamente, não tem nada de surpreendente, porém sua direção de arte e a forma como as coisas são conduzidas no aspecto audiovisual é que impressionam. Os sprites, bem animados, parecem mais com modelos 3D estilizados para uma estética muito parecida com 2D (pense no que Guilty Gear Xrd fez, porém, em escala mais reduzida) e, todo o clima do game é salpicado por uma trilha sonora que, apesar de bem executada, não traz nada de memorável. Apenas cumpre bem seu papel.

Veredito? Simples: Dead Cells é viciantemente bem executado. A quantidade possibilidades, de coisas a serem feitas e de conteúdo bruto deste game o tornam forte candidato ao “só mais uma runzinha” de 2018. Anotem: Será o queridinho do Twitch. Motion Twin acertou na mosca com essa pérola.

NOTAS
Audiovisual – 9

Mecânica – 10

Narrativa – 9

TOTAL: 9,4