por Samuel R. Auras
Monster Hunter World foi uma revolução para a série. Todas as mudanças necessárias para um jogo mais moderno, mas sem perder a alma da franquia, com dezenas de opções diferentes de armas, acessórios, equipamentos, armadilhas e outras parafernálias para que pudéssemos capturar e caçar os monstros mais ferozes dos videogames, de dinossauros a dragões. Se você não conhece Monster Hunter World, deveria conhecer!
Esta análise foi escrita direcionada para quem já conhece o jogo original. O motivo disso é simples: Iceborne é uma expansão de Monster Hunter World feita com os fãs em mente, que aprimora a experiência do jogo base com novos movimentos, novos ataques, novas opções de equipamentos, e com um grande número de novos e perigosos monstros. É tudo o que Monster Hunter World é, e muito mais. Resumidamente: se você gostou de World, jogue Iceborne. Simples assim. Permita-me explicar por quê nas próximas linhas.
Recentemente, temos uma certeza: as chances são muito grandes de que um jogo de sucesso acabe tendo muito conteúdo depois do lançamento. Tirando raras exceções, como o excelente God of War que não teve um único conteúdo adicional lançado, grandes números de vendas serão motivo para o desenvolvimento de um número grande de DLCs. Normalmente, o jogador acaba tendo que pagar muita grana por pouco conteúdo, isso quando o jogo base não é lançado já com material trancado atrás de mais pagamentos. Foi-se o tempo das expansões antigas, lançadas com muito conteúdo, como acontecia com Age of Empires, por exemplo. Bom, pelo menos até agora.
Iceborne é uma expansão impressionante, praticamente um segundo jogo da série. Temos acesso a um grande número de monstros novos, novas missões, armaduras, áreas novas, uma nova história original… É uma expansão que envergonha praticamente qualquer outro conteúdo adicional de qualquer outro jogo. Minha maior alegria ao jogar essa expansão foi ser surpreendido por TANTA COISA nova. TANTO CONTEÚDO novo. É MUITA, MUITA COISA.
Vamos lá, começar pelo que importa. O jogo conta com mais de 20 monstros novos – vários já são famosos na franquia, mas ainda inéditos em World (oi Tigrex), outros são realmente originais e inéditos, e outros ainda são variações de monstros presentes no jogo original (como uma nova espécie de Legiana, de Tobi-Kadachi, de Anjanath…). Mesmo estes que são “apenas” novas espécies de monstros antigos são completamente diferentes na estratégia de caça. A nova espécie de Legiana, por exemplo, é um dos monstros mais agressivos do jogo, com ataques rápidos e com movimentos rápidos e imprevisíveis.
Com tantos alvos novos, o jogo também deixa disponível para o jogador novas ferramentas de combate. A principal é uma nova garra que permite que você “grude” no monstro, o que abre um leque de novas mecânicas, através das quais você pode enfraquecer partes específicas do monstro, derrubar os monstros mais facilmente, deixá-los com raiva, entre tantas outras possibilidades. Cada uma das 14 armas do jogo também tem novos movimentos. O arco, por exemplo, arma que eu usei por 90% das minhas quase 300 horas de jogo no geral (quase metade deste tempo, diga-se de passagem, em Iceborne), ganha um novo ataque de curto alcance que é quase como uma escopeta. Difícil de mirar de modo correto, mas que dá um dano considerável.
A nova área do jogo, de neve e gelo, também é muito legal e muito bem construída. Quem jogou World sabe que as áreas do jogo não são simplesmente mapas comuns de qualquer RPG mediano. Monster Hunter World tem áreas ricas e complexas, com ecossistemas definidos para cada monstro que tem lá o seu habitat, e com segredos em cada canto. Iceborne não é diferente, e conta com uma área nova que é enorme e, claro, cheia de segredos. Ser um bom caçador é muito mais do que conhecer apenas os monstros – você deve conhecer a área em que você está lutando, para usar cada coisa do ambiente para sua vantagem.
Falando em nova área, Iceborne conta também com uma nova cidade que passa a ser o seu novo hub, sua nova base de operações. Seliana, a nova cidade, conta com tudo o que é necessário e muito mais: novos personagens, novos mini-games, novas quests que dão acesso a novas ferramentas de combate, entre muitas outras coisas, incluindo um novo quarto pessoal que você pode modificar à vontade com centenas de opções de personalização – é quase um mini The Sims.
Um dos maiores atrativos de Iceborne, porém, é o fim de jogo – o modo como você pode continuar combatendo os monstros e melhorando seu personagem depois de já ter terminado a campanha. Vou evitar os spoilers aqui, mas é algo realmente interessante, e que eu, pessoalmente, gostei muito. Digamos apenas que você tem muita coisa pra fazer depois que chega ao fim das missões da campanha principal da expansão.
Falando na campanha, Iceborne conta com uma história que se passa logo depois da trama de World, e esta história é exatamente o que você espera que ela seja em um Monster Hunter: apenas mais uma desculpa para você sair caçando monstros por aí. Sinceramente, não me incomodou nem um pouco. Monster Hunter nunca se propôs a ser um RPG com uma história cheia de reviravoltas e com os personagens mais memoráveis e complexos. A história de Iceborne cumpre perfeitamente o seu papel: alavancar o jogador contra monstros cada vez mais ferozes em situações cada vez mais complicadas, até o combate final, que é algo impressionante.
Enfim, não consigo achar defeitos em Iceborne. Normalmente eu termino minhas análises com um parágrafo resumindo e comparando os lados bons e ruins do jogo, mas dessa vez vou fazer diferente e dizer simplesmente o seguinte: Iceborne é a expansão perfeita para Monster Hunter World. Se você gostou de World, jogue Iceborne e não vai se decepcionar.
Monster Hunter World Iceborne está disponível para PS4, e Xbox One, e PC. Este review foi feito baseado na versão de PS4, jogado num PS4 Pro.