Se eu te falar sobre aquele jogo onde você sai atirando em todo mundo, possivelmente sob influência de drogas pesadas e fazendo peripécias com armas enquanto ouve uma trilha sonora Mutcho Loka, deixando um rastro de destruição e morte por onde passa, você tem algumas opções, mas só a Devolver foca tão obsessivamente nisso.
Hotline Miami Ruiner My Friend Pedro é a mais nova empreitada da empresa. Lançado primeiro no Switch e depois no XOne, My Friend Pedro conta com a marca registrada da empresa: jogabilidade simples, música marcante e um ritmo frenético, chegando agora para PS4 e PC.
Só que… dessa vez deixaram a peteca cair.
My Friend Pedro é um bom jogo, mas não mostra toda a capacidade do que a Devolver conseguiu até hoje nas suas franquias. Os gráficos são simplificados, mas isso não é um demérito. A música é bem mais calma do que o costumeiro da franquia, embora creio que ainda esteja no mesmo gênero. o gameplay de cada arma é único, mas você passa metade do tempo preocupado se vai ter munição pra jogar o resto da fase ou se você vai voltar a jogar com a pistola dupla do início do jogo, que tem munição infinita.
E frequentemente eu tive que voltar pra pistola dupla.
Se tiver alguma mecânica onde os inimigos dropam mais munição conforme melhor for o seu desempenho, eu admito que a culpa é minha. Até lá, fica quebrado demais pegar uma arma, ter munição pra ela durante a fase dela, e depois disso só encontrar algo dela bem esporadicamente. O jogo sofre com alguns glitches, mas nada que resetar a fase não resolva.
O jogo conta com boas ideias, como o uso de mira dividida (você trava a mira em um inimigo e mira em outro), barris que você pode montar e atropelar os inimigos, skates e frigideiras, que podem ricochetear seus tiros.
Problema geral de My Friend Pedro é que ele pega o estilo da Devolver e não só não leva além, como retrocede no pacing.
Bom jogo pra pegar numa promoção, mas não espere demais dele.