Watch Dogs Legion é o terceiro jogo da franquia de Hackers da Ubisoft, e chega com uma proposta bem ambiciosa e inovadora…no jogo vc pode literalmente ser quem você quiser (até uma idosa com artrite)! Viu um transeunte na rua e gostou dele ou dela? Pois bem, você pode recrutar e jogar com ele na hora que bem entender. O cerne do jogo é montar sua “legião” para lutar contra o sistema, em uma Londres distópica e isso funciona, por incrível que pareça, muito bem.
Cada cidadão recrutado possui suas habilidades especificas. Cabe ao jogador buscar e usar aquelas que mais lhe convém. As habilidades realmente fazem a diferença e te permitem montar estratégias distintas de abordagem, ou seja, você literalmente escolhe a “pessoa certa para o serviço”. Em várias missões escolher a abordagem errada pode te fazer passar uns bons minutos a mais para conclui-las já por outro lado, escolher a abordagem “certa” pode te fazer concluir uma missão em um estalar de dedos. Cito como exemplo, uma missão onde eu precisava pegar os dados de um servidor no alto de uma torre, indo pela abordagem comum (me infiltrando no local e tentando passar desapercebido até o alto da torre) eu tive vários problemas e acabei sendo detectado pela segurança várias vezes, depois de apanhar bastante resolvi trocar para uma personagem que tinha um drone de carga pessoal, ela conseguia (através da sua habilidade em drones) chamar um drone, subir nele e voar…com isso rapidamente atingi o alto do edifício e pude concluir a missão enfrentando um número bastante reduzido de guardas.
Para recrutar uma pessoa é necessário usar o perfilador (celular) nela e depois escolher a opção “Recrutamento” com isso a missão correspondente é desbloqueada e após o cumprimento dela a pessoa escolhida entra para equipe. Quanto mais “alinhada” com os ideais da DedSec mais fácil é o recrutamento, já o contrário também é válido pois na sua jornada você encontrará várias pessoas que detestam a DedSec e para recruta-las somente destravando a habilidade de perfilamento completo, essa habilidade te permite investigar mais afundo para descobrir informações uteis sobre a pessoa, após isso você consegue iniciar a missão de recrutamento.
Como já mencionado acima, a história do jogo se passa em uma Londres distópica onde a informação é controlada e manipulada por uma organização conhecida como BLUME e seu sistema CTOS, contra eles um grupo Hacker conhecido como DeSec se ergue com o objetivo de desmascara-los…sim, a história cumpre o objetivo de contextualizar a porra toda e infelizmente para por aí. Vocês se lembram da proposta ambiciosa e inovadora que eu mencionei acima? Se na parte que tange o gameplay (possibilidades) ela se mostra muito bem acertada, aqui ela assume o papel de vilã…a possibilidade de recrutar qualquer um e jogar com essa pessoa limita bastante o desenvolvimento dos personagens, basicamente vc sabe a profissão da pessoa e suas habilidades e nada mais. Isso acaba desfazendo quase qualquer empatia que o jogador poderia vir a ter com a “legião” e se não bastasse isso ainda temos a dublagem que em várias ocasiões ou se repetem ou não casam com o personagem ficando bastante caricatas.
Essa é a parte que me sinto “mais contrariado” em falar, eu explico, vi várias reclamações referente a repetitividade das missões…quando peguei o jogo imaginei que seria mais um daqueles jogos da Ubisoft LOTADO de missões ctrl c +ctrl v, me enganei…tipo, ainda existe missões repetidas, mas achei elas em números totalmente aceitáveis, sério!
Fui surpreendido bem positivamente, além de não sentir aquele sentimento maçante de repetitividade (oi Assassin’s Creed Odyssey) ainda me divertia horrores explorando as possibilidades, tanto dos personagens diferentes e suas habilidades “únicas” como dos gadgets como a aranha robô, invisibilidade, opções de hackear e etc…o sentimento que senti, foi bem contrário a algumas opiniões que vi por ai. E sem querer ser do contra, mas já sendo, gostei bastante da variedades das missões e mesmo as missões que se repetem não fazem isso exaustivamente a ponto de cansar o jogador e além disso existe uma dose de aleatoriedade em algumas missões que podem te surpreender. Permitam que eu dê outro exemplo: em uma missão eu precisava hackear uma executiva, mas ela se encontrava dentro de um prédio extremamente bem protegido, a abordagem que eu escolhi foi a de causar o caos, hackeando drones anti-motim, e usando eles para diminuir o número de guardas e outros drones…pois bem fiz isso, assumi o controle de um drone anti-motim e usei ele para derrotar os guardas, aqui foi onde aconteceu algo inesperado, a confusão criada pelo tiroteio fez com que as pessoas comuns que estavam no prédio começassem a fugir, com isso meu alvo saiu dos limites da área de segurança e assim pude hackear ela sem problemas! Achei esse tipo de possibilidade muito interessante e bem condizente com algo que poderia acontecer em uma situação dessas!
Os problemas
Eis aqui o principal aspecto que impede o jogo de ser algo mais grandioso…o jogo possui uma série de problemas técnicos que atrapalham ou inferiorizam a experiência do jogador. Bugs de colisão, você bate em alta velocidade em um carro e não é arremessado, mas bate em uma velocidade extremamente baixa, quase parando, e voa vários metros, bugs de inteligência artificial onde os inimigos ficam andando contra a parede ou ficam parados sem fazer nada, inimigos que se esquecem de você e voltam a rotina comum do nada, MUITO pop in de objetos do cenário (andando com algum veículo), veículos que se atravessam como se fossem fantasmas, screen tearing (quando andando em veículos). Sério a lista é bem grande, eu realmente acho que esse game merecia um adiamento de alguns meses para correção de falhas, melhoraria demais a experiência.