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Assassin’s Creed Valhalla

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Como descrever um jogo que a princípio tem tudo para te agradar, mas tropeça feio em muitas coisas? Veremos no texto a seguir…

 

O mundo e a Exploração

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Vou começar falando sobre a ambientação…ela é simplesmente sublime: as montanhas Norueguesas estão incríveis, a Inglaterra consegue te fazer se sentir em uma terra medieval como poucos jogos conseguiram. Castelos, masmorras, segredos, quests baseadas em lendas; tudo está ali e a exploração do jogo consegue chegar em um nível melhor, maior e bem mais gratificante que o jogo anterior da série, Assassin’s Creed Odyssey, que apelava para quantidade em detrimento da qualidade.

Em Valhalla a Ubisoft optou por dar uma repaginada na forma como exploramos os mapas. Os itens e segredos já não são tão óbvios (de se encontrar) como antigamente, por vezes eu fui obrigado a pensar, levando em conta minhas habilidades e o que elas eram capazes de fazer, e em formas para conseguir entrar em um local e isso foi algo que eu achei MUITO BOM!
Para ser mais claro e didático, me deixem citar um exemplo: em uma parte do jogo havia uma grande construção, lá dentro, através de um buraco na parede, eu podia ver guardas guardando um tesouro…a porta do local estava selada; não haviam janelas ou buracos que permitissem a minha entrada, logo pensei “tá, como eu vou entrar nisso?” Procurei passagens secretas ao redor, buracos escondidos e nada…o local parecia intransponível! Até que explorando o local, achei uma carta no alto de uma árvore, ela mencionava (em tom queixoso) que o buraco na parede tornava eles, lá dentro, alvo fácil para arqueiros bem posicionados, depois disso a ficha caiu! Mirei minha flecha em busca do soldado desavisado que seria alvejado e mais uma vez percebi que faltava algo, os guardas não ficavam em um local onde eu os pudesse os alvejar – e agora? – Depois de muito quebrar a cabeça me lembrei que as portas do jogo se abrem se você conseguir quebrar “a tranca” delas, pronto, puzzle ambiental resolvido e jogador (eu) extremamente satisfeito com a experiência!

Eu achei essa nova abordagem para exploração um avanço muito grande para série, a sensação de vitória depois que eu consegui vencer esse desafio foi muito boa e gratificante! É digno de nota uma coisa…vi um review que mencionava que os tesouros escondidos eram encheção de linguiça e que para entrar nesses locais (sem acesso óbvio) bastava dar a volta e entrar por uma janela…acho que a pessoa que fez essa análise escorregou nas ideias, porque eu vi várias situações onde isso NÃO SE APLICA; é sério, me pergunto se o cara realmente explorou o mapa…
Outro ponto que incomodava a comunidade, ou ao menos uma boa parte dela, era a águia do jogo e sua habilidade onipotente de análise de itens, segredos e inimigos…basicamente ela te mostrava tudo no cenário. Em Valhalla isso não acontece mais, agora ao invés de uma águia temos um corvo e este é muito mais limitado, servindo basicamente como um reconhecimento de área…

Sistema de Combate

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O sistema de combate de Valhalla está mais para Assassin’s Creed Origins que para Assassin’s Creed Odyssey (embora ainda possua elementos comuns a Odyssey) e isso é bom e ruim! A parte boa é que não existe mais o sistema de levels, agora existe um sistema de destravamento de habilidades e bônus que me lembra uma fusão entre a árvore de skills de Skyrim e o sistema de Sphere Grid do Final Fantasy X. Mesmo não existindo o sistema de level, ainda é necessário ter um número determinado de poder (tipo Destiny) para enfrentar determinados inimigos.
A parte ruim é que a I.A e Skills inimigas estão bem aquém do que vimos em Assassin’s Creed Odyssey.

Os inimigos em várias ocasiões se mostram extremamente débeis e burros no sentido pleno da palavra…não raro também a I.A ou buga (inimigos não te vêem mesmo você estando na frente deles) ou desliga e os inimigos ficam parados sem te atacar.
Como nos jogos anteriores vc tem peças de armadura para equipar, flechas, armas de uma mão, arma de duas mãos, escudos, adagas e todo arsenal de armas oriundos do panteão Viking/Europeu. As armas agora não aparecem em frequência absurda como em Odyssey (que exagerou demais nisso), mas não são raras de se conseguir a ponto de incomodar, elas aparecem na frequência certa!

História

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Vocês já ouviram alguém usar o termo “filme pipoca” para se referir a um filme que não tem um roteiro primoroso, mas consegue contar uma história simples de maneira competente e desprentensiosa? Pois bem, a história do jogo quase se encaixaria nessa descrição (ela consegue ir um pouco além) sendo um “jogo pipoca +1” kkk. A história não é ruim ou fraca, ela se desenvolve bem, existem quests bem escritas que até te surpreendem…fica bem nítida a influência da série Vikings aqui.

Performance e Gráficos

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Joguei o jogo no Xbox One X e achei desde o primeiro momento, o jogo lindo! Se as montanhas congeladas da Noruega já haviam me deixado contente com seu visual a ponto de achar que ali era o ápice e que seria “impossível” o jogo ir além daquilo eu me enganei! Quando cheguei na Inglaterra os gráficos, aliados à direção de arte medieval conseguiram me impressionar ainda mais! É realmente uma pena o jogo ter TANTO Screen tearing (nome dado a imagens cortadas na tela). Isso me incomodou MUITO, pois acontece com muita frequência. O jogo também sofre com ocasionais quedas de quadros que ocorrem principalmente nas invasões.

No Frigir dos ovos Assassin’s Creed Valhalla se mostrou uma grata surpresa, que tropeça em alguns pontos e acerta em outros. Mas sinceramente, esperem uma promoção, até lá a Ubisoft já vai ter corrigido a maioria das falhas com updates e o jogo estará com um preço bem mais camarada.