Death Tales, desenvolvido e publicado pela Arcade Distillery, é um jogo de ação e plataforma que pode ser jogado solo ou em Co-Op local.
Tem alguns elementos de RPG e, apesar de não ser um rogue-like, possui algumas nuances do gênero.
Apresentação
O título é apresentado sem mistério, você pode andar, pular, avançar (dash), atacar, interagir com NPCs, utilizar habilidades, trocar equipamentos, obter e comprar upgrades: o pacote completo para qualquer misto de ação e plataforma. A trama é sobre um novo Reaper (ceifeiro de almas, alusão a figura da Dona Morte) que utiliza uma foice como arma e passa a despertar memórias e devaneios sobre sua vida antes disso e, a partir daí, navega por diferentes mundos batalhando inimigos, recolhendo almas e seguindo pistas a fim de desvendar sua identidade e os mistérios destes reinos sobrenaturais.
Jogabilidade
Para a maioria das ações, qualquer um que já tenha experimentado um título similar sentirá familiriadade no entanto, algumas ações parecem não funcionar exatamente como deveriam.
A primeira estranheza se dá para com o alcance da arma que o personagem utiliza, para o ataque funcionar é preciso sempre estar muito perto do inimigo, quase forçando o personagem contra o hitbox do adversário. Ainda falando de ataques, os movimentos dos combos, que eventualmente passam a funcionar com prática, não deixam de passar a impressão de que o pequeno ceifeiro mais puxa a arma para sí do que a utiliza contra os inimigos. A finalização de uma das principais sequências de ataque no chão empurra o personagem para frente, o que causa mortes acidentais quando se está próximo a um precipício sem dar ao jogador a possibilidade de cancelar aquela animação com eficiente e evitar a morte.
Os saltos também podem não ser totalmente confiáveis, uma vez que o “peso” no personagem não é sempre consistente, o que não dá ao jogador a segurança de que o pulo pode ou não alcançar uma determinada distância. Enquanto é extremamente satisfatório que o personagem tenha a capacidade de segurar nas beiradas das plataformas para não cair, as vezes a forma com que isso acontece acaba deixando o jogador em apuros por entre os inimigos.
Falando de possibilidades em estilo de jogo, ao fim de cada estágio (além de ser encontrado em baús escondidos), o personagem pode adquirir equipamentos, armas ou habilidades com frequência e estas, parecem ser entregues de forma aleatória, o que permite aos jogadores customizarem seus personagens para ter diferentes combinações de poderes passivos e ativos que ainda podem ser trocados à vontade, para atender necessidades situacionais. Equipamentos podem ter, por exemplo: habilidades que ajudam em combate, em mobilidade, ou ainda na obtenção de mais recursos enquanto as cartas de habilidade trazem boas combinações de movimentos extras para a ofensiva ou defensiva do personagem.
O jogo ainda traz ao jogador algumas Missões, que não são mais complicadas que metas, seja de utilizar determinados movimentos ou derrotar uma quantidade de inimigos, para adquirir mais almas, que são a moeda de troca do jogo.
Ambientação
O estilo de arte da Arcade Distillery é bastante notório, especialmente se este é comparado com os títulos anteriores da empresa.
É possível ver um padrão nas artes estilizadas com distorções e exageros em características e este aspecto da arte pode ser bastante apreciado no entanto, as cores são muito fortes e, em diversos momentos, a quantidade de elementos na tela, mesmo com apenas um jogador, é confuso.
Os três planos do cenário tem cores e formas com intensidades muito semelhantes, o que dificulta a percepção de profundidade onde, em diversos momentos, a camada principal sequer utilizava um tom diferente do plano de fundo, trazendo apenas confusão para um jogador que já está preocupado em lidar com cinco monstros diferentes na tela, cada um com seu próprio conjunto de partículas excessivamente brilhantes que são fogo, veneno ou chamas arco-íris, tudo acontecendo ao mesmo tempo enquanto sua foice encantada também solta brilhinhos.
É muita informação.
A ambientação de Death Tales traz um bom contexto: anjos, demônios, monstros, seres sobrenaturais que transitam entre os reinos dos vivos, dos mortos e além mas, definitivamente ajudaria a ambientação do título uma análise melhor dos elementos que precisam estar em destaque ou não.
Conclusão
Death Tales é um bom passatempo, e traz muito mais qualidade em seu conteúdo do que boa parte dos ação/plataforma comuns de se encontrar enquanto se navega pelas estantes das lojas virtuais de games, mas poderia ainda ser aprimorado para estar entre os clássicos.
No entanto, recomendado para quem curte o estilo e especialmente, quem gostaria de jogar um título como este com amigos, que é o forte do game.
Death Tales pode ser obtido na Steam, Nintendo eShop ou Playstation Store.
Jogado no Nintendo Switch com um Pro Controller.