Ao menos não aprender algo novo.
Não, o artigo não é sobre games, mas o site tá quieto e eu tô aqui com um monte de coisa pra pensar, então escrever ajuda.
Aprender sempre vai ser difícil – principalmente no “primeiro passo”. Aliás, puta expressão vaga essa, “primeiro passo”.”Primeiros passos” também não ajuda muito porque é tremendamente vago. Não ajuda a definir mentalmente um momento que o aprendizado deixa de ser difícil. O que me leva ao dilema de aprendizado que tem me deixado em stunlock bem por uns meses: ter várias opções pra começar a aprender é péssimo, mesmo com todo mundo à sua volta dizendo que começar por qualquer canto já ajuda.
Um ano atrás, antes de ter a experiência que eu tenho no que eu faço atualmente, minha desculpa era que minha velocidade de digitação não era tão rápida quanto eu gostaria que fosse.
Pois bem, agora é.
Antes eu não tinha o troco pros cursos que eu queria fazer. Agora tenho.
Mas mesmo assim, mesmo sabendo que eu estou tentando bolar mais uma desculpa pra me impedir, o fato de estar tramando alguma coisa contra mim mesmo aparentemente já ocupa espaço suficiente do meu tempo e é o suficiente pra me manter na paralisia do progresso.
Eu vejo onde eu estou hoje e se eu só seguisse da forma como está hoje daria pra viver.
Mas o problema é saber que dá pra ir mais longe. O fato de eu estar aqui me incomodando ao escrever isso é uma prova pessoal de que pelo menos a parte de mim que não desistiu de progresso quer convencer a outra parte a levantar a bunda da cadeira (metaforicamente, porque meu estudo vai ser ainda sentado na frente do computador). Talvez seja consequência de ser pai, de querer o melhor futuro pros filhos e blablablá. Talvez tenha sido a experiência lá fora que me fez ver a pequena redoma de loucura e falta de recompensa por esforço que é o Brasil.
Ao mesmo tempo que eu quero atrapalhar o lado preguiçoso, é um lado que tem a vantagem de não precisar argumentar. Só ver a próxima série de qualquer coisa do que poderiam ser as primeiras duas horas investidas no estudo.
Estudar sempre vai ser difícil porque o primeiro passo se repete todos os dias. Você até se acostuma, mas tudo que pode ocupar aquele seu tempo continua sendo tão atraente quanto foi no primeiro dia.
Pode ser que o que você faz pareça inatingível para outros, mas se parece assim é porque já é algo que não te exige mais muito esforço mental. Deixou de ser “estudar” pra ser “exercer”.
Pode ser que o segredo esteja aí. Correr e se arrastar o máximo possível pra atingir um grau funcional e depois evoluir “naturalmente” enquanto estiver exercendo.
– Toca o boteco do Sojiro aí, DJ
Eu me fodi pra caralho na vida. Assim, “resistir” não foi nenhum mérito meu porque como eu não conhecia coisa melhor, pra mim se foder era normal.
Já catei lixo na rua pra comprar o que comer. Saía de madrugada pra manter o orgulho de ninguém me ver catando lixo com o meu irmão.
Meu vício por games foi totalmente por acaso. Ganhei de presente do meu pai um Master System de presente de aniversário depois de ter tirado 10 o ano anterior inteiro. último presente antes dele ir embora, aliás.
isso virou um padrão: tirar 10 e viver pra jogar. Pobre se quiser algo que seja caro que só um caralho na vida tem basicamente que dedicar a vida naquilo.
Eu olho pra trás, pro tanto de coisa que já me aconteceu e como a vida é melhor hoje, e honestamente é difícil pra porra de me convencer que eu, primeiro, tenho habilidade pra subir mais. Segundo, e bem mais difícil, achar que eu mereço mais do que eu tenho hoje. Já subi pra caralho. É foda acatar o conceito de que com mais habilidade eu chego mais longe do que dava pra chegar antes.
Quando eu começo a pensar nisso eu penso numa trilha subindo uma montanha. Não é uma escalada íngreme com tremendas chances de cair direto pra morte, mas uma trilha. Só tem duas peculiaridades nessa trilha:
- A subida nunca acaba;
- E a voz do povo do vale sempre alcança quem tá subindo, não importa a altura.
Nessa parte aqui eu fiquei travado pensando no motivo de ficar travado pensando.
Talvez esse artigo seja a resposta do que pode me motivar e dar uma noção de avanço. Manter um relatório aos nossos leitores silenciosos sobre uma rotina que quase certamente não os interessa. Se amanhã não ouvir nada mais de mim, saiba que falhei.
Aliás, já que agora eu aparentemente decidi fazer uma série disso, é melhor já deixar algo claro: falhar faz parte. mas PRA CARALHO. Como não é uma receita de bolo e o que funciona pra você pode não funcionar pra mim, cada um tem que achar seus próprios métodos pra abater os vícios.
Sem a menor sombra de dúvida eu falhei pelo menos 10 vezes mais em tudo que eu tentei do que as coisas que deram certo pra mim na vida. e eu tô longe de ser role model de qualquer coisa. Sou grosso, truculento, anti-social e acredito que honestidade é falar a primeira merda que me vem à cabeça. Talvez um pouco mais de habilidades sociais teriam me levado mais longe hoje, mas talvez também eu levasse sabotagens disfarçadas de conselhos a sério e lançasse as âncoras, então vou apenas manter o que continua dando certo e fazer uns ajustes ao longo da jornada.
Bom, tá no ar meu desafio particular sem juiz se não minha própria consciência. Até a próxima (ou não).
