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GIGA WRECKER

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Superar o estranhamento de ver o logo da Game Freak num jogo que não seja Pokémon é realmente difícil, mas isso não impede o aproveitamento desse bom título. GIGA WRECKER é um bom jogo de Ação e Aventura, com plataformas, em 2D.

Apesar de não ter uma história muito brilhante ─ não é ruim, apenas não é algo que você aplauda pela criatividade ─, o setting de GIGA WRECKER é bem convidativo. Máquinas robóticas que vem do espaço, chamadas Ajeet,  começam a dominar a Terra e impõem a modos tirânicos um império: Os velhos e doentes são mortos e os novos são forçados à escravidão até morrerem.  Você é colocado no papel de Reika, que após uma estranha tentativa de assassinato por uma sobrevivente da tirania das máquinas, vê a adição de um braço cibernético, capaz de controlar destroços de obstáculos e inimigos que você destrói através do electromagnetismo. Esses destroços, conforme o andar do jogo, podem ser transformados em ferramentas e armas que te ajudarão nos puzzles jogo.

20170207101628 1Como dito antes, a história não é brilhante. Não é ruim de um todo, também, e tem seus momentos de prender o jogador. Mas a Narrativa é algo que incomodou. Os personagens principais não tem tanta profundidade como se espera de um cenário de viés apocalíptico e os diálogos são desnecessariamente cheios de clichês de anime sem muito a acrescentar, rasos e as vezes até desnecessários. Os antagonistas e a construção do mundo e o cenário são bem interessantes, por outro lado. Os ajeet possuem um intrincado sistema de castas, remetendo ao que os indus faziam antigamente jogando um pouco do feudalismo europeu nessa mistura, o que rende um bom sentido à utilização das máquinas e até mesmo o design delas, por exemplo. Essa amarração fica ainda mais única e intrigante quando as Astras (equivalente aos senhores feudais) demonstram personalidades únicas e humanas. A primeira Astra que enfrentamos, por exemplo, tem um carinho materno pelos ajeet sobre seu comando, fomentando uma discussão bem legal: O que é ser humano?

Mesmo com essa parte truculenta da narrativa, o audiovisual do jogo é impressionante. Mesmo com a movimentação meio desengonçada de Reika, o jogo é um colírio. Sprites limpos, desenhados à mão, sobrepostos em cenários fantásticos também. A arte é caótica e inquietante ─ propositalmente ─ para refletir o clima de tensão que os humanos vivem nessa nova “vida”. Embora o visual colegial anime não seja realmente o que combine com esse tipo setting, dá para passar um pano quente, pois a construção visual de Reika é muitíssimo bem feita. Os ajeet tem designs inovadores e bem funcionais, combinando de forma correta com suas funções. A trilha sonora de GIGA WRECKER é bem interessante e não parece deslocada do jogo, fornecendo uma boa ambientação através de faixas bem ambient, soft house e, é claro, industrial. Nada que faça você cair o queixo, mas faz bem o seu trabalho

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Agora, o brilho do jogo vem nas mecânicas. Estamos falando de um jogo de Ação e Aventura em 2D, então, elementos de um metroidvaniaplataformer estarão gritantes. Claro, existem pontos onde você talvez se fruste um pouco com a leve imprecisão dos controles (a protagonista, as vezes, corre mais do que devia…), mas posso garantir que isso é pequeno perto das mecânicas bem divertidas e únicas de GIGA WRECKER. O jogo se fundamenta na habilidade de Reika controlar e manipular determinados tipos de destroço (que na lore do jogo, tem o “sangue” dos ajeet, nanomáquinas líquidas) e utilizá-los para os mais variados fins. Isso tudo salpicado com puzzles que devem ser resolvidos utilizando as habilidades de transformar esses destroços em armas e objetos, se valendo de uma física simples ─ mas bem implementada. É fantástico como as coisas se encaixam e funcionam bem neste game. A espada que você faz com os destroços, por exemplo, além de servir como arma, serve como ferramenta para cortes mais precisos de obstáculos; as lanças javelin podem ser usadas como plataformas, etc.

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Os combates são simples ─ mas não simplórios ─ e eficazes, pontuados com o aumento da quantidade de entulho que Reika carrega em formato de esfera: Determinados inimigos só podem ser derrotados se acertados com uma
esfera grande o suficiente para derrubá-los (que lhe garante cristais que podem ser trocados por melhorias numa
gigantesca árvore de habilidades). Adicione o fato de que se um inimigo é morto próximo de um obstáculo quebrável, o “sangue” nanorrobótico mancha-o, podendo ser utilizado como repositório de destroços para você. Isso acrescenta ainda mais camadas de estratégia e possibilidades quase infinitas de gameplay.  Esse tipo de conceito é muito pouco explorado em jogos do gênero e GIGA WRECKER o faz meticulosamente bem. O único porém é a dificuldade do jogo, que pode afastar os mais novos e/ou casuais. Mas se você curte um jogo mais desafiador, é um prato cheio.

GIGA WRECKER é uma experiência bem interessante. Se você é um amante dos jogos clássicos de plataforma e estava carente de jogos do gênero,  GIGA WRECKER vale o seu preço. Por enquanto, só está disponível pare PC via Steam

NARRATIVA: 6
AUDIOVISUAL: 8,5
MECÂNICA: 9,5

NOTA FINAL: 8

Versão de PC