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Tem vezes que um jogo, como quem não quer nada, consegue conquistar um jogador de uma forma tão mágica que é, por vezes, inacreditável. O mais enigmático disso tudo, porém, é como Splasher fez isso: jogabilidade precisa, level design inteligente, gráficos charmosos, bom humor e um feeling de jogo “das antigas”.

Talvez o aspecto mais escasso ─ veja bem, “escaço” e não “pobre” ─ seja a narrativa. Aqui, ela é extremamente simples e bem acessível, contada de forma ligeira, direta e sem floreios. Os diálogos são mínimos, quase inexistentes. Isso deixa ruim? De forma alguma! A história do jogo, todo o cenário e pano de fundo são bem amarrados, bem explicados e bem contados, mas de uma forma fácil e muitíssimo bem humorada, através de simples “ceninhas” no estilo Sonic 3 e com alguns splash arts. No meu livro de regras, isso é algo bom. Não é primoroso, é bom. Ressalvas para o Doutor Maligno, que mais parece um membro do Estado Islâmico, de turbante touquinha e tudo.

Splasher é muito bonito. A direção de arte caprichou na escolha do tom das artes: Jovial, bem alto astral e ainda assim suave e agradável de se ver. Somado à paleta de cores vibrantes e presentes, Splasher torna-se uma escolha tranquila para você quer quer escapar das cores mais sóbrias dos grandes títulos de hoje e, de repente, engajar numa jogatina suave com seus filhos, sobrinhos e/ou agregados. A trilha sonora não tem nada de especial, mas se encaixa bem com o clima leve ─ quase de “zoeira” ─ que o game possui. Aliás, o clima de “zoeira” é presente em tudo, até mesmo nos personagens.

As mecânicas em Splasher são eficazes e simples, torando sua jogabilidade muito ampla e precisa. É um game de plataforma, com todas aquelas coisas que gostamos num jogo do gênero: Coletar um certo número de coisinhas, coletar todas as “letras”, fazer 100% em todas as fases… Vocês já sabem como o exercício funciona. O game tem até um feeling de Sonic, sendo bem rápido, com saltos em plataformas bem precisos. Controles, aqui, são extremamente responsivos e não te deixam na mão! Apenas tente preferir o uso de um controle ao invés do teclado.

Mas algo puxa esse conjunto sagrado dos plataformers de uma forma única. Os líquidos. Existem três líquidos que o protagonista encontra disparado por máquinas, espalhados nas fases ou atira com sua máquina à lá F.L.U.D.D.: Água, responsável por ser seu ataque básico e capaz de limpar as tintas; A tinta vermelha, de propriedade grudenta e proporciona momentos bem ninja, subindo em paredes e tetos; e a tinta amarela, com propriedades emborrachadas, funcionando como repelente e mola para impulso. Lógico, o game é um tanto curto (mesmo com os modos de speedrun) e que vemos diversos chavões do gênero plataformer aqui, mas deixe-me lhes dizer que usar chavões não é um problema quando você faz isso de uma forma inteligente. Nessa altura, você já deve ter percebido que eu sou praticamente uma cheerleader do game design intuitivo que faz os jogadores pensarem e, gradativamente, os acostumarem com isso.

E Splasher faz isso de uma forma fenomenal.

Logo na primeira fase, é acostumado aos poucos com a mecânica dos três líquidos, como eles se relacionam entre si. Depois, você é introduzido como esses líquidos interagem com os inimigos. E aí sim, você tem acesso ao seu primeiro líquido. Essa é uma fórmula que é repetida, de forma sutil, pelo jogo e sem você notar, está se virando com os engenhosos e elaborados, mas nada difíceis, puzzles, bônus e saltos do jogo.

Seguramente, é um jogo que vale o seu tempo. Se você curte muito plataformers ou está enjoado dos mundos abertos, dos craftings e dos tiros, Splasher vai te satisfazer muito bem! Por enquanto só está disponível para PC, via Steam.

NARRATIVA: 8,5
AUDIOVISUAL: 9
MECÂNICAS: 9,5

Versão de PC