Imagine que uma empresa tenta pegar algumas características de vários jogos consagrados e juntar tudo num único game. Muitas vezes sai uma mistureba dos diabos que acaba sendo bem meia-boca, mas as vezes eles acertam a mão, e quando isso acontece, rapaz …
Forza Horizon é delicioso de jogar, é tudo o que os bons games com a premissa open world de corrida tem de melhor: muita coisa pra fazer, locais pra visitar e segredos a descobrir, ou seja, prende pelo gameplay, como todo bom game.
Como eu disse ele traz elementos que já vimos em vários outros jogos, mas de forma bem pensada e construída. Temos uma mistura perfeita da simulação de Forza Motorsport e suas inúmeras possibilidade de configuração de veículos com a pegada mais descompromissada de qualquer Need for Speed mais arcade.
O jogo possui uma história como os bons NFS da Black Box, mas aqui ela é apenas pano de fundo mesmo sem influenciar demais na jogatina como em The Run por exemplo, e se encaixa perfeitamente no gameplay dando sentido as várias possibilidades que o game oferece e deixando tudo muito bem amarradinho.
Durante todo jogo temos a oportunidade de desempenhar ações como nearmisses, drift, draft e etc no melhor estilo Burnout, que nos dão pontos e nos ajudam a “subir de nível” no game, que no caso é o quanto estamos ficando populares no evento de corrida que ocorre e dá nome ao jogo, podemos inclusive fazer combos disso, o que é simplesmente delicioso e algo que prende o jogador de tal maneira a fazê-lo esquecer das corridas principais do game e ficar horas apenas em free roaming.
Temos um mapa enorme e apesar de não ser tão aberto, é cheio de possibilidades, podemos procurar por placas e destruí-las como os outdoors de Burnout Paradise, a vantagem é que aqui ganhamos descontos na oficina, podemos procurar por carros secretos abandonados, no melhor estilo Driver 2, speed traps ou speed zones espalhadas pelas estradas como em Most Wanted ou simplesmente desafiar outros corredores pela estrada, mas o mais legal com certeza é a ambientação.
Um mapa gigante que te permite transitar e ir de um evento a outro não é novidade nos games de corrida, começou eu acho com NFS Underground 2 e vem sendo explorado por vários games do estilo ao longo dos anos até chegarmos em monstruosidades como The Crew, mas uma coisa que poucos conseguiram foi tornar todos esses quilômetros de ruas, estradas e vias de acesso em algo envolvente e que estimule o jogador a de fato percorrer todos esses caminhos e percursos.
Até hoje eu encontrei apenas dois games que conseguiram me fazer “entrar no jogo”, viver o personagem e ir do ponto A ao ponto B sem utilizar algum tipo de fast travel, aproveitando tudo o que o caminho entre eles pode oferecer. Um deles foi Test Drive Eve of Destruction e o outro é Forza Horizon. Tem Assasssin’s Creed também, mas não vem ao caso aqui rsrs
Conhece Eve of Destruction? Eu amo ele, puta jogaço pra PlayStation 2 e XBox que acabou não recebendo o merecido reconhecimento, felizmente a Nintendo viu as qualidades do jogo e tratou de trazer os caras da Monster Games pra debaixo da sua asa, são eles os responsáveis pelos excelentes ExciteTruck e ExciteBots do Wii. Eu venho procurando games que me passassem a mesma sensação de Eve of Destruction a um bom tempo e sem sucesso, é claro que Forza Horizon tem pouca coisa a ver com o jogo, são games com propostas bem diferentes, mas ambos tem essa característica de criar uma ambientação, uma atmosfera própria e eu adoro isso, principalmente em games de corrida.
Por mim a Microsoft podia se focar mais nessa série paralela de Forza ao invés da “principal” Motorsport, pois este além de ter uma outra pegada completamente diferente, tem qualidade suficiente pra segurar não apenas aqueles que curtem um estilo mais arcade, mas também a galera mais focada em simuladores, é só introduzir mais elementos de corridas e eventos oficiais, pois a parte técnica mais do que dá conta do recado.
- Mecânica – 10
- Audiovisual – 10
- Narrativa – 9
Nota Final 9,5
Versão de Xbox 360