Afinal de contas: jogos como Smash Bros. são ou não jogos de luta? Embora essa seja uma discussão que vai MUITO longe (alô Gamechanger), é indiscutível o fato de que Smash criou um gênero dentro dos jogos de luta. Uma série de jogos vieram surfando na onda que Smash criou dentro do mundinho maravilhoso dos jogos. Rivals of Aether é um deles. Mas é aquele que ao invés de surfar como todo mundo, acaba inventando seu próprio jeitinho de surfar.
A apresentação do jogo é “retrô-não-preguiçosa”. Ou seja: Temos aqui um jogo que optou por uma aproximação retro com sprites lindíssimos e muito detalhados, sejam estes de personagens ou cenários. É um jogo muito colorido, vivo e vibrante, que preenche os olhos e fazem um trabalho fantástico na tentativa de atrair o jogador. Outro colírio fica por conta das incríveis pixel-arts que ilustram as telas de vitória e as ceninhas do story mode, detalhadas e muito bem feitas.
A trilha sonora é simplesmente F-A-N-T-Á-S-T-I-C-A, com temas possuindo uma “pegada” mais oldschool, mas ainda assim, notando-se um ar novo, fresco. Moderno.
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Rivals of Aether é um retorno às antigas, feito de forma carinhosa e cuidadosa. Exemplo disso está nos pequenos detalhes, como o fato de que os personagens possuem uma paleta de cores baseadas no antigo gameboy. Além disso, o jogo te dá a possibilidade de customizar cores de personagens para cada perfil criado em jogo, dessa forma, como alguns clássicos. Claro, essa escolha artística mais puxado para o retro afasta muita gente, em especial um público mais casual, que pode não entender o motivo desta escolha.
A narrativa muitas vezes é completamente ignorada em jogos de luta. Há, recentemente, uma retomada na preocupação com esses detalhes, como podemos ver em jogos trazendo verdadeiros modos cinemáticos de história. O jogo traz uma história simples, mas contada de uma forma complexa, onde os seis personagens principais se entremeiam frequentemente até se encontrarem num único ponto. O que chama a atenção em Rivals no aspecto narrativo, porém, é a densidade do universo do jogo. Baseados nos elementos naturais (água, ar, fogo e terra), cada personagem representa um destes elementos que são divididos em nações ou facções e sua motivação para o combate é muito bem colocada no modo história. Novamente, tudo muito simples. Simples demais, por horas.
Se Smash é um jogo de luta ou não, está aberto para uma longa discussão, mas não há dúvidas de que Rivals of Aether é um excelente jogo de luta.
As mecânicas do jogo são impecáveis. Se você não é uma pessoa que vai fundo em jogos de luta, Rivals pode te oferecer uma AMPLA experiência off-line, com os modos single player que são muito competentes e divertidos. O Abyss Mode, por exemplo, fornece uma espécie de modo survival onde cada um dos oito lutadores sobem de nível e ganham melhorias para seus golpes.
O game conta com um tutorial que divide-se em quatro categorias: Iniciante, Intermediário, Avançado e Específico. Os três primeiros subdividem-se em pontos de movimentação, técnicas e ataque, ensinando o game sob medida para o quanto você deseja se envolver com o game, com repetições de técnicas e até terminologias. E é claro: o jogo suporta partidas até 4 jogadores, fazendo a festa da galera, com cenários que possuem modos mais básicos, voltados para uma experiência mais direta e os cenários em Aether Mode, onde cada um possui um “negócio” diferente: Uma plataforma móvel, configurações diferenciadas, desafios em tempo real, etc.
Agora, se você é um fã diehard de jogos de luta, prepare-se: Rivals of Aether é uma experiência completamente diferente de tudo que já viu em jogos. OK, o jogo é inspirado, profundamente, em Smash Bros, mas o nível de excelências das mecânicas é tão absurdo que chega a ser ridículo (num bom sentido), comparável a medalhões como Street Fighter V. Oito personagens pode parecer um número baixo, a princípio (6 abertos e 2 desbloqueáveis), mas cada um possui mecânicas tão únicas e exclusivas que, aliado à ridícula profundidade de gameplay e mecânicas gerais, isso é esquecido completamente. Partidas entre jogadores mais aficionados são lotadas de footsies, frametraps, hitboxes afiadas e incluindo as mecânicas exclusivas de jogo, como o parry (onde o personagem defende o golpe no tempo certo, deixando o adversário vulnerável) e os on-point, ataques que se acertados no pixel correto, mudam suas propriedades, gerando uma gama absurda de estratégias e combates, com o perdão do chavão, de tirar o fôlego.
E se você pretende tirar uns contras online, saiba que o Netcode e Rivals é monstruosamente sólido. Em meus duelos online, poucas partidas tiveram pings abaixo de 150ms e consegui jogar, tranquilamente, todas elas. O único porém fica em conseguir partidas: Rivals tem sua base de jogadores composta de americanos, em sua maioria, e alguns poucos topam partidas com pings altos.
Rivals of Aether é um excelente jogo de luta que vai te prender por muitas horas. Se você é um jogador casual, é um jogo indicadíssimo, pois vai te prender por horas, com sua história cativante, modos de jogos alternativos e gráficos lindíssimos. Se você é um jogador mais hardcore, Rivals é um daqueles jogos que são extremamente fáceis de se aprender, pegar e jogar ─ mas muito difíceis de se dominar
NOTAS
MECÂNICA – 10
AUDIOVSUAL – 9
NARRATIVA – 8
NOTA FINAL – 9
Resenha feita com o código fornecido gentilmente por danfornace para PC (Steam).
Versão de PC