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Rad Rodgers

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Ei você! É você aí que foi criança nos anos 90! Aaaaah os maravilhosos anos 90! Lembra quando ficávamos até tarde jogando videogame e nossa mãe vinha ralhar conosco para irmos dormir por causa da escola no dia seguinte? Rad Rodgers é um game de plataforma 2D que tenta resgatar essa nostalgia nos jogadores mais velhos, até mesmo mostrando essa pequena situação que citei acima.

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Não sei se mais alguém já teve sensação similar, mas muitas vezes eu sinto que, devido ao grande número de games no estilo, eu acabo perdendo muitos bons jogos sem nem ficar sabendo que existem. Era assim nos anos 90 e é assim hoje em dia com a grande quantidade de indies lançados todos os meses.

Nos anos 90 muitas empresas tentavam emplacar seus mascotes em animados e coloridos mundos 2D e muitas vezes estes não conseguiam emplacar um grande sucesso. Motivos não faltam, era um gênero muito popular com grandes nomes já consolidados como Mario, Sonic, Mega Man, Donkey Kong e vários outros, a grande quantidade de títulos muitas vezes fazia muitos jogos passar batido para a grande massa de jogadores, exemplos não faltam: Aero the Acrobat, Rolo to the Rescue, Zool, Dynamite Headdy, Bubsy, Prehistorik Man, vish! A lista é imensa!

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O mesmo ocorre hoje em dia. Como se trata de um tipo de game relativamente mais simples e de menos custo para se produzir do que títulos mais complexos em 3D e tendo um apelo muito maior entre retrogamers pela nostalgia, tanto em quem joga, quanto em quem produz, os plataformas 2D hoje são a grande maioria dos jogos indies que encontramos disponíveis nos sistemas atuais.

Pode-se dizer que Rad Rodgers faz parte desse grupo de jogos que por um motivo ou outro não conseguiu atrair muitos holofotes para si, não sem motivo, o game tem lá seus defeitos que podem acabar fazendo alguns torcerem um pouco o nariz. Ainda assim pode se mostrar uma boa jogatina de fim de semana e reservar alguns bons momentos para aqueles da velha guarda que curtem referencias e homenagens a cultura pop que acompanham e consomem a tantos anos. Apesar de ter citado alguns games lançados para consoles ali em cima, não se engane, a inspiração aqui vem dos games de PCs daquela época, mais especificamente Commander Keen, Jazz Jackrabbit e principalmente Ruff’n’Tumble.

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Mas chega de história, vamos ao game! Você é Roberto Rodriguez e como tantos outros garotos da sua idade, está se matando em frente a tv com seu videogame favorito a altas horas da noite até que sua mãe aparece morrendo de raiva e mandando você desligar “o brinquedo” e ir dormir de uma vez. É quando nosso jovem herói é sugado pra dentro da tv e transportado para um mundo de fantasia que está sofrendo de um terrível mal e somente você pode salvar o mundo!

Para tanto você conta com a ajuda de Dusty, seu videogame! Um NES antropomorfizado usando Power Gloves e fazendo cosplay de Kratos! Achou foda? Então saiba que ele é dublado por ninguém menos que Jon St. John! O cara que dá voz a Duke Nukem! (admita você leu o nome dele com a voz na sua cabeça).

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Você vai se deparar com um mundo fantástico, tanto no mapa inicial que mostra as fases quanto nos estágios em si, a arte desse game é muito bonita e bem feita. Visualmente é um dos plataformas 2D mais bonitos que joguei nos últimos tempos. Mas atenção, não temos pixel art aqui, todos os estágios são tridimensionais e construídos com polígonos. A jogabilidade porém é exclusivamente 2D, não rola aquele chamado 2,5, com variações de câmera ou o personagem avançar em planos diferentes. Eu particularmente gosto muito disso, muitas vezes essas implementações 2,5D só estão lá pra fazer número e pouco acrescentam ao gameplay.

Há contudo uma forma de observar em maior detalhe cada cenário, o modo foto do jogo acessado pelo menu de pausa lhe permite girar a câmera em vários ângulos, aproximando ou afastando a visão da cena, é realmente muito bacana e permite observar o cuidado e carinho que a equipe teve ao construir as fases do jogo.

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O som é outro ponto alto de Rad Rodgers, as composições são muito bem feitas, se encaixam em cada ambiente e passam uma sensação gostosa dos games de ação dos anos 90. Ajuda a entrar no clima e melhoram ainda mais o gameplay, que ainda reserva algumas surpresas. Em determinados pontos o cenário parece ter algum defeito, pode ser por conta do mal que assola o mundo do game ou então algum “programador preguiçoso que esqueceu de adicionar uma plataforma”. Cabe então a Dusty assumir o controle e entrar no Pixelverso para reorganizar o código do game e arrumar as áreas defeituosas. Muito bacana diga-se de passagem e ajudar a variar o gameplay tornar a aventura ainda mais interessante. Além disso o game conta com vários itens e colecionáveis a serem descobertos, oque segura bem a onda e vai te fazer passar um pouco mais de tempo em cada fase.

Mas o game tem os seus problemas e por mais que eu tenha curtido embarcar na aventura de Rad e Dusty, não posso deixar de reconhecer que alguns dos seus defeitos acabam prejudicando a experiência como um todo. Como eu disso o game é bonito, cheio de detalhes e cores, em alguns casos até demais. Alguns cenários tem coisa demais na tela, construções ou caminhos chegando ao plano onde o personagem se movimenta podem confundir um pouco tirando a atenção, acho que visuais um pouco mais simplificados nos planos de fundo poderiam ajudar a tornar o visual um pouco menos poluído.

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Outro grave defeito do jogo são seus inimigos, pouco inspirados, sem qualquer carisma com movimentos repetitivos e extremamente burros, acabam deixando o desafio sem graça e pouco instigante. Some a isso alguns probleminhas na jogabilidade como pouca precisão em alguns pulos, beiradas e plataformas com uma delimitação estranha, algumas você pode subir pulando por baixo, outras não, e não há qualquer indicação visual o intuitiva para determinar qual é qual. Isso acaba tirando alguns pontos de Rad Rodgers, principalmente se levarmos em conta que num plataforma 2D, precisão é tudo.

Outro grande problema é o game tentar ser engraçado a qualquer custo e com isso acabar forçando demais a barra. “Aqui tome esse coração, mas saiba que na verdade ele é um plug anal e é bom você usar algum produto bem forte de limpeza porque ele está bem fedido”. Tipo, WTF? E sim, esse dialogo está no game. Não deixa de ser também nostálgico pois parece aqueles games que tentavam desesperadamente parecer cool, radicais e muito mais adultinhos que Mario e companhia na década de 90. Mas naquela época isso já não era legal, aqui é menos ainda.

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Em conclusão, tem os seus defeitos, mas pode ser um bom desafio e ótima jogatina para todo tipo de player, mesmo sendo bastante focado em agradar os jogadores mais das antigas, os mais novos podem achar muita diversão em suas fases e personagens, Os mais velhos que cresceram em meio aos games dos maravilhosos anos 90 não podem perder esse, as referências certamente trarão muitos sorrisos aos velhos babões como fez com este que vos fala.

  • Mecânica – 7
  • Audiovisual – 9
  • Narrativa – 7

Nota final – 7,5

Jogado e avaliado no Xbox One