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The Council – Episode 1: The Mad Ones

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“Você deve ver tudo, ouvir tudo, e depois esquecer de tudo.”

The Council é um adventure focado na narrativa como temos visto em grande quantidade nos últimos anos, em grande parte graças ao estúdio Telltale, que se especializou no estilo e vem lançando muitos títulos aclamados por público e crítica. The Council embarca nessa vertente e a expande. Imagine o estilo de gameplay focado na narrativa misturado com elementos clássicos de RPG e você terá uma ideia do que encontrar neste primeiro episódio desta promissora série dos caras da Big Bad Wolf Studios.

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Você é Louis De Richet, filho de Sarah De Richet, uma senhora proeminente da alta classe francesa do século XVIII e líder de uma sociedade secreta chamada The Golden Order. Enquanto investigava um caso numa enorme mansão localizada numa ilha na costa da Inglaterra, Sarah acaba desaparecida e cabe a Louis desvendar o paradeiro de sua mãe.

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A mansão pertence ao misterioso aristocrata Lorde Mortimer que organiza festas para recepcionar um seleto grupo de pessoas poderosas de todas as partes do mundo. Você encontrará algumas figuras históricas notáveis como George Washington e Napoleão Bonaparte e inúmeras referências a pessoas, locais e acontecimentos históricos reais conforme avança na trama. Esta é a característica que poderá fisgar mesmo os jogadores que não curtam muito o estilo, você encontrará referências até mesmo ao nosso país e a Tiradentes.

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E isso é muito importante, num game que se apoia quase que totalmente em sua história, uma trama envolvente com muitos mistérios e reviravoltas é essencial para segurar o jogador o máximo de tempo com o controle nas mãos, e The Council parece conseguir tal feito, com um roteiro robusto e bem construído. Tem algumas falhas aqui e ali, uns diálogos meio estranhos ou mesmo bobinhos, mas ainda assim o mistério por trás do desaparecimento de Sarah De Richet provavelmente vai instigar a maioria dos jogadores que se aventurarão pela suntuosa e gigantesca mansão de Lorde Mortimer.

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Como dito anteriormente o game mistura alguns elementos de RPG e isso contribui bastante para tornar seu gameplay mais envolvente e interessante. No inicio você será introduzido a três classes sendo elas detetive, diplomata e ocultista. Cada uma delas lhe dará habilidades que podem e devem ser usadas para conseguir informações e pistas durante sua jornada. Por exemplo, um ocultista tem maior facilidade para entender outras línguas, um diplomata sabe como induzir uma pessoa a lhe dar mais pistas durante uma conversa, o detetive consegue perceber pequenas nuances de comportamento que podem indicar quando uma pessoa está mentindo.

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Isso será muito útil nos eventos de confronto (Controntation events) o equivalente de The Council a uma boss battle ou Quick Time Event de outros jogos, com ataques e defesas e uso de pontos de energia, tudo adaptado para uma conversa entre os personagens. Durante esses confrontos o jogador deverá utilizar diversas técnicas de persuasão para conseguir obter informações e para tanto fará uso dos chamados Effort Points que são gastos ao se utilizar habilidades da classe do personagem. Esses pontos podem ser ampliados e recarregados durante o game através de itens consumíveis. Parece complicado num primeiro momento mas acredite, logo se torna bastante natural e de fácil entendimento.

Outra característica interessante do game é que os NPCs com quem irá dialogar possuem também suas qualidades e fraquezas, sendo em alguns casos imunes a determinadas técnicas enquanto podem ser vulneráveis a outras. Isso tudo dá uma dinâmica muito grande ao gameplay, sem contar que o jogo não leva o jogador pela mão em quase nenhum momento exceto as instruções tutoriais, se falar o que não deve ou usar todos os seus effort points, deverá recomeçar todo o confronto até conseguir obter as informações ou itens necessários para se avançar na história.

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Outro ponto interessante é que nossas escolhas durante o jogo – e isso inclui a classe que damos ao nosso personagem – afetam diretamente o desenrolar da história. Ir a locais ou falar com pessoas diferentes pode alterar todo o rumo do enredo e nos levar a novas pistas ou mesmo novos ambientes. Essas escolhas são permanentes, não tem como voltar e ver o que aconteceria se tivéssemos escolhido outra opção, só recomeçando tudo do zero. Mas acredite, se você curtir a história de The Council, certamente vai começar um novo game, mesmo porque este primeiro episódio não irá lhe tomar mais do que umas duas horas, assim o fator replay acaba sendo alto.

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Nem tudo porém ocorre de forma satisfatória. Se por um lado a história pode prender o jogador mais dedicado, o mesmo não se pode dizer dos gráficos. Nada com relação aos ambientes, pois os cenários são belos, amplos, bastante detalhados e convidam o jogador a explora-los em minúcia. Já os modelos dos personagens poderiam ter recebido um cuidado um pouco maior – são até que bem feitos, mas com algumas expressões faciais e corporais bastante estranhas. Isso tira um pouco do brilho em certas cenas, principalmente com closes faciais. O voice acting também não é dos mais impressionantes, tem seus altos e baixos, mas até que consegue segurar a onda. O som se faz presente em poucos momentos, principalmente em cutscenes ou confrontos, mas serve apenas para dar um clima sem influenciar tanto no gameplay.

The Council certamente tem o que é necessário para agradar uma boa quantidade de jogadores e fazê-los mergulhar de cabeça em seus mistérios e reviravoltas. Com algumas pequenas falhas técnicas o projeto planejado para ter cinco capítulos é bastante promissor e com altas ambições, resta saber se conseguirá manter seu ritmo e corrigir suas falhas nos capítulos vindouros.

  • Mecânica – 9
  • Audiovisual – 6
  • Narrativa – 9

Nota final – 8

Jogado e avaliado no Xbox One