Você viu nosso anúncio de lançamento do jogo aqui. Agora vamos ao review.
Resident Evil 3 Remake é um desastre técnico.
Ou pelo menos dá grandes indícios de ser.
Resident Evil 3 Remake trabalha num limiar estranho. Não sabe se é terror (spoiler: não é) ou se é ação (spoiler: é). Parece tentar equilibrar o apelo ao saudosismo enquanto tenta inovar no gameplay, ao mesmo tempo que se apega às “raízes” da série (o 3 original tava bem mais longe do terror e mais perto da ação) e se vale de alguns tímidos jump scares.
Por esse motivo, aparentemente o jogo está espalhado por todo lado. O esforço para fazer a história parecer “ação desenfreada” o tempo inteiro é desconcertante, para dizer o mínimo.
Uma passagem do início do jogo tem o Menezes correndo atrás de você… por 25 metros, NO MÁXIMO. Você começa e termina a perseguição sem saber o que diabos acabou de acontecer, e tudo termina com a Jill fechando uma porta de loja, que aparentemente é uma das poucas fraquezas pro monstro que derruba paredes com um soco.
A cena de abertura INTEIRA mostra apenas o quanto o Nemesis é monstruosamente forte. E minutos depois joga tudo isso pelo ralo.
Existe um conceito para quem assiste filmes ou jogos que é a “suspensão de descrença”: quando você abre mão do bom senso simplesmente para apreciar o que está acontecendo.
Mas é bem difícil levar o Nemesis a sério quando ele é parado por uma porta de loja.
Eu disse ali em cima que o jogo parece ser um desastre técnico, uma colcha de retalhos, e é justamente por isso: parece uma série de remendos, ora para agradar a fanbase antiga, ora para se adequar à limitação técnica do jogo (seria spoiler comentar mais do que isso).
O maior redentor – ou redentora – da história certamente é a personagem da Jill. Poucas palavras, puro ódio, motivação para dar e vender ao enfrentar as formas mais ridículas possíveis de um monstro que simplesmente não morre.
Gostei bastante de Resident Evil 3 Remake, mas meu conselho é que esperem entrar numa boa promoção para pegar.
Jogado no Playstation 4 Pro