Metroidvania com estilo de arte singular, Vigil: The Longest Night é, no mínimo, interessante.
Vigil The Longest Night, desenvolvido pela estreante Glass Heart Games e publicado pela Neon Doctrine, o título segue a onda de jogos do gênero Metroidvania que buscar agradar os órfãos da série Castlevania com suas próprias ideias.
Enredo
A história por trás do desenvolvimento do game é algo apresentado em pequenas porções, uma colcha de retalhos costurada com base no que os NPCs revelam sobre o que sabem ou ouviram falar durante o progresso da personagem, Leila, em sua missão, que é investigar e combater as sombrias e obscuras criaturas que parecem estar infestando as terras em volta de sua cidade natal.
O enredo não é denso demais e busca apenas ilustrar as breves motivações que cada uma das inúmeras missões (que fazem com que tenhamos que ir, e vir, e ir novamente, e vir novamente) tenha algum sentido. Costuma ser regra para jogos do gênero plataforma, deixar a história em segundo plano, porém o progresso torna-se um pouco limitado se a atenção do jogador não volta-se a decifrar o que está escrito no livro de anotações da protagonista, que faz um papel de guia de missões, mas nem sempre com direções tão precisas do próximo passo o que, fatalmente, deixará o jogador sem saber o que fazer.
No mais, as influências acerca do tipo de horror que o game tenta apresentar são bastante claras e familiares, mas apresentadas de sua própria forma.
Gráficos
Vigil The Longest Night, tem um estilo de arte que simula cada um de seus elementos como se fosse uma pintura, enriquecendo a profundidade do cenário e a beleza de seus elementos sem a preocupação exagerada em realismo. Este elemento torna versátil a forma com que os movimentos e a aparência de cenários e objetos possa ser exibido e também enaltece o quão sinistras podem ser as aparências das assombrações que enfrentamos.
A forma com que as batalhas contra criaturas maiores ou chefes foi ambientada, parece ter sido tirada de uma memória de um conto sombrio ou lenda folclórica que foi ficando mais sinistra com o passar das gerações, como a Baba Yaga.
A trilha sonora casa bem com as ambientações e algumas trilhas são realmente boas, mas o tom do jogo muitas vezes as deixa em terceiro plano para evitar a quebra de imersão.
Jogabilidade
Leila pode andar, saltar, rolar, atacar rapidamente, atacar fortemente, utilizar itens, agarrar-se em beiradas, defender-se e utilizar-se de uma série de movimentos que podem ser aprendidos nas diferentes árvores de habilidade dependendo do estilo de combate que o jogador optar para si.
O título traz uma série de elementos de RPG, entre eles a progressão do personagem, pontos de experiência, níveis, pontos de habilidade, árvores de habilidade, equipamentos e o pacote completo.
O ponto controverso é o fato de ser mais um dos títulos que investe na tentativa de ser o “Dark Souls 2D”, onde a presença de qualquer dificuldade passa a ser sinônimo de desafio “hardcore” ao invés de parte da narrativa (falo mais sobre o assunto em outros reviews, como Death’s Door).
Pessoalmente, é charmosa a variedade de estilos de combate e como cada um destes tem sua própria linha de evolução, o que viabiliza ao jogador escolher como enfrentar os diversos tipos de inimigos do game e desenvolver seu próprio estilo de combate misturando as possibilidades.
Conclusão
O esforço da Glass Heart Games não é em vão, o seu título de estreia tem pontos muito interessantes e pelo fluxo do gênero no mercado de games, é visível o quão carentes os fãs são de bons títulos deste tipo.
Este não é o título que estes fãs estão aguardando, que revolucionará as mecânicas e trará uma experiência tão redonda e satisfatória quanto suas influências.
Apesar de ainda precisar de algum polimento, tem controles muito bem programados e pode arar as terras para um título estupendo em uma expansão ou sequência e por isso, é recomendado para fãs do gênero.
Vigil The Longest Night está disponível para PC e Nintendo Switch.
Jogado no PC (Ryzen 7 3800X, RX 480) com um Controle de Xbox One.