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Se existe algo que a Nintendo domina, é a criação de jogos com imensa qualidade de multiplayer. Quando o Switch foi anunciado e tivemos um pequeno vislumbre dos primeiros jogos que o console receberia, muitos ficaram surpresos ao ver o jogo de boxe com braços elásticos ali no meio – algo que lembrava Punch Out e o boxe de Wii Sports, mas ainda assim bastante diferente.

Ao longo dos meses novos detalhes foram sendo revelados e, aos poucos, um genuíno hype se formou pelo jogo. Quando ARMS finalmente foi lançado, suas vendas confirmaram o que muitos já esperavam: O jogo é um sucesso, digno de se juntar ao panteão de grandes franquias da Casa do Mario.

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Com a marca registrada da Nintendo, ARMS é fácil de aprender e difícil de dominar!

Diversão: 10

Seja para servir como diversão em grupo numa reunião de amigos, seja para disputar competitivamente em eventos e campeonatos, ARMS se encaixa em todos os gostos e objetivos que se pode ter com um jogo de luta.

Seus controles simples e responsivos garantem que qualquer um possa compreender a proposta do jogo e rapidamente pegar o jeito de como se mover, atacar e realizar as principais ações do jogo… Mas jogadores mais atentos e dedicados rapidamente perceberão que a vasta lista de opções de personagens e armas dão grande variedade e profundidade ao jogo. Como acontece com os maiores sucessos da Nintendo, este é um jogo fácil de se pegar e jogar, mas  ao mesmo tempo tão profundo que apenas os jogadores mais dedicados possam dominar plenamente!

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Há inúmeras armas diferentes para equipar, cada uma com atributos e propriedades próprias!

Mecânica: 9,5

ARMS é um jogo de luta fora do convencional. No fundo, é uma competição focada na troca de socos, como Boxe, mas com um grande diferencial: Todos os lutadores possuem braços elásticos, que são arremessados para acertar a distância, inclusive fazendo trajetórias curvas!
Cada personagem pode ser customizado com um conjunto de 3 armas e, ao início de cada round, o jogador pode escolher dentre estas 3 opções tanto para o punho direito quanto para o esquerdo. Cada uma destas “luvas” possui diferentes peso, alcance e velocidade – e a maioria tem um efeito secundário associado, como Congelamento, Explosão, Choque e tantos outros.

O jogo tem suporte a todas as opções de controle que se pode imaginar, mas a mais divulgada e incentivada é a que usa controles por movimento. Não se deixe enganar: Esta realmente é a forma mais satisfatória de se controlar seu lutador e, pasmem, é também a mais precisa!
A movimentação é feita inclinando os dois joycon na direção desejada, e socos são arremessados socando com o punho desejado. Uma vez em movimento, os socos podem ser curvados fazendo diferentes inclinações em cada punho. Há ainda botões para pulo, esquiva e para se ativar um ataque especial (que dispara inúmeros socos em alta velocidade). Por fim, é possível defender inclinando os dois joycon para dentro, que é o único comando problemático (se mover muito rápido pode ser interpretado como soco – um botão dedicado seria melhor).
Pode parecer complicado descrevendo desse jeito, mas jogar com controles de movimento é extremamente fácil e prazeroso. O vídeo da Nintendo ajuda a demonstrar a beleza da simplicidade:

[youtube link=”https://www.youtube.com/watch?v=eE1jg9II_Kw” width=”800″ height=”480″]

Cada personagem possui uma característica única. Springman, por exemplo, tem seus punhos sempre em modo Carregado quando fica abaixo de 25% de vitalidade, enquanto Ribbon Girl tem o poder de dar até 5 pulos consecutivos (no ar!). A combinação de 30 possíveis armas na mão direita, outras 30 na mão esquerda, para cada um dos 10 personagens com diferentes características possibilita embasbacantes 9000 diferentes combinações (por hora, porque mais conteúdo está a caminho!). Sempre temos novas opções para testar e novas táticas para imaginar… E com certeza sempre haverá alguma coisa que ainda não pensamos ou testamos!

Além da variedade de personagens e armas, ARMS oferece vários modos de jogo:

  • Duelo 1 contra 1;
  • Duelo 2 contra 2 (as duplas são conectadas por uma mola!);
  • Luta livre a 3 (cada um por si);
  • Luta livre a 4 (cada um por si);
  • Vôlei explosivo 1 contra 1;
  • Vôlei explosivo 2 contra 2;
  • Tiro ao alvo 1 contra 1;
  • Tiro ao alvo 2 contra 2;
  • Basquete humano 1 contra 1;
  • Teste de novas armas (para 1 jogador);
  • Desafio de resistência (para 1 jogador) contra 100 oponentes;
  • 3 contra 1 chefão; (exclusivo para modos online)

A variedade é surpreendente e, apesar de alguns modos não serem tão profundos ou interessantes, sua presença aumenta a diversidade, servem como prática e ainda nos ajudam a apreciar ainda mais a combinação perfeita de diversão e técnica dos modos principais.

O lobby online é surpreendentemente elegante e bem implementado, especialmente levando-se em consideração o histórico da Nintendo com experiência de uso online. Você é colocado em uma sala com inúmeros outros jogadores, e as partidas online acontecem entre os participantes desta sala. É possível ver um resumo das partidas que estão acontecendo em tempo real, e pequenas rivalidades se formam e se resolvem ao longo dos minutos (ou horas) que dedicamos numa única sala. Certamente uma solução inovadora que deveria servir de inspiração para futuros jogos competitivos.

Há também um modo online ranqueado, no qual vitórias progridem no seu Nível de jogador e derrotas atrasam o desenvolvimento. As partidas são balanceadas por nível e, como o jogo pode precisar de tempo para encontrar um oponente apropriado, é possível jogar outros modos offline enquanto se aguarda. Novamente, um trabalho de qualidade surpreendente quando se tem em mente o passado obscuro da Nintendo e seus jogos/serviços online.

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Cores brilhantes, visuais vibrantes!

Audiovisual: 9

As comparações com Overwatch não são a toa: ARMS faz um trabalho sensacional ao trazer um primoroso design de personagem. Cada um dos seus lutadores tem traços e cores bem definidos e cheios de personalidade e criatividade. A direção de arte é visualmente impressionante, com cores vivas e gráficos bem detalhados, que deixam os personagens e os cenários bastante atraentes. O jogo em si corre sem quaisquer quedas na taxa de quadros por segundos (Travado em 60fps para um ou dois jogadores, ou travado em 30fps para 3 ou 4 jogadores).

As músicas são enérgicas e combinam com a ambientação de cada arena, mas o fato de todas serem variantes do tema principal é ao mesmo tempo uma benção e uma maldição: A princípio o trabalho parece criativo e ajuda a tornar o tema ainda mais marcante, mas ao longo do tempo pode acabar fazendo com que todas as músicas pareçam repetitivas de uma só vez.
A ausência de dublagem também incomoda um pouco. Não me refiro apenas aos lutadores, que ainda falam pequenas frases no começo e no fim das lutas, e sim ao comentarista Biff. Nos Directs de ARMS que a Nintendo liberou antes do jogo, o personagem era dublado com uma voz grave e séria, que deixava tudo mais divertido – Mas no jogo em si Biff apenas faz barulhos agudos e sem sentido, forçando-nos a ler a caixa de texto na tela… Uma experiência bem menos interessante. Tenho fé que um update futuro dê ao comentarista a mesma voz usada quando o personagem nos foi apresentado.

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A direção de arte, as animações e os controles reforçam a energia de cada lutador!

Considerações Finais

Ser acessível e ao mesmo tempo tecnicamente profundo é uma qualidade rara na indústria dos videogames, mas ARMS não se limita a isso. O jogo traz uma surpreendente variedade em cada aspecto: Personagens, armas, arenas e modos de jogo – todos são variados, criativos e genuinamente interessantes. Mais do que um exemplo de design em jogos multiplayer, ARMS demonstra que talvez realmente estejamos em uma nova era de serviços online da Nintendo.

Nota

Diversão = 10

Mecânica = 9,5

Audiovisual = 9

Geral : 9,5

Versão de Nintendo Switch