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Gekido: Kintaro’s Revenge

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Trazendo os mortos de volta a vida

Beat’em up é um gênero que já fez muito sucesso, especialmente nos arcades dos anos 90, mas que com o tempo perdeu sua relevância e hoje é citado mais como referência ou nostalgia. Gekido: Kintaro’s Revenge é a remasterização do jogo homônimo originalmente lançado para Gameboy Advance em 2002, e traz de volta a vida um clássico do gênero.

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Narrativa: 6

Gekido acompanha Tetsuo, aprendiz e filho adotivo do mestre de artes marciais Ushi, em sua jornada para desvendar e impedir misteriosas aparições de monstros e mortos-vivos em um vilarejo. A história é linear e rasa, apropriada para um título do gênero, mas apresentada com cutscenes ilustradas – uma raridade para jogos como este.

Muitas vezes as cenas acontecem repentinamente, sem contexto ou explicação, e acabam deixando a narrativa desconectada e difícil de acompanhar… O tipo de coisa que se esperaria de um título do começo dos Anos 90, mas que não é exatamente bem visto nos dias de hoje.

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Mecânica: 6

Vamos começar cobrindo rapidamente os controles de Gekido: há um botão para socos e um para chutes, o gatilho direito serve para pular e o esquerdo para correr. Segurar o direcional na direção de um inimigo próximo automaticamente agarra e arremessa, e ainda há golpes especiais realizados no ar ou durante uma corrida. Por fim, é possível apertar os botões de soco e chute simultaneamente para causar dano a todos os inimigos na tela e atordoá-los por alguns instantes – este poder só pode ser usado quando a barra de energia está cheia, e esta é completamente consumida após um único uso, sendo recarregada automaticamente com o passar do tempo.

O sistema de combate é rudimentar e chega a ser um pouco repetitivo, mas a variedade de inimigos ajuda a deixar o jogo mais interessante: Você precisará desenvolver estratégias específicas para abordar cada tipo de oponente – e diferentes combinações exigirão pensamento rápido para reagir e se adaptar apropriadamente.

Kintaro’s Revenge tenta algo diferente da maioria dos outros jogos do gênero beat’em up. Ao invés de ser uma progressão completamente linear, avançando sempre para a direita após derrotar um grupo de inimigos, o jogo se abre e se revela mais expansivo. Você será encorajado (e muitas vezes obrigado) a explorar o local, criar um mapa mental e anotar portas trancadas para voltar mais tarde. A ideia é fabulosa e funcionaria muito bem se não fosse pelos problemas em sua execução. Há inúmeras armadilhas pelos cenários, sendo que muitas delas dão pouco ou nenhum aviso e acabam dando a sensação de serem um tanto injustas. Além disso há inúmeros trechos de plataforma (inclusive alguns com baixa luminosidade), que exigem um grau de precisão incompatível com a qualidade e responsividade dos controles. O resultado é uma experiência de constante frustração, e que provavelmente vai te deixar com um pensamento parecido com o meu: A ideia é boa, mas do jeito que está preferia continuar apenas avançando para a direita.

O jogo ainda oferece alguns modos alternativos, que valem a pena mencionar:

  • Survival: Um modo beat’em up tradicional, seguindo para a direita após derrotar um grupo de inimigos. O objetivo aqui é ir o mais longe possível, mas não há progressão de história ou chefes.
  • Relic Hunting: Um modo roguelike, no qual um mapa gerado aleatoriamente precisa ser explorado. Há inúmeras armadilhas, chaves e fechaduras espalhadas pelo labirinto, e seu objetivo é encontrar um talismã escondido nas ruínas.

Cada modo se foca em um dos aspectos fundamentais do jogo e acabam se mostrando até melhores do que a experiência original, mas ainda assim perdem bastante do seu brilho rapidamente pela repetitividade.

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Audiovisual: 7

Kintaro’s Revenge faz um bom trabalho em sua apresentação. O jogo tem sprites detalhados, apresenta animações caprichadas, cenários bonitos e inimigos com designs bastante interessantes. O título ainda oferece diversas opções de filtros gráficos para emular mais fielmente a experiência de um arcade ou videogame das antigas – um recurso que vale a pena experimentar, especialmente se você vivenciou um pouco disso nos anos 90!

Em termos de som, o trabalho é bem… neutro. As músicas até agradam, mas falta variedade e elas cansam rápido. Efeitos sonoros também sofrem com o mesmo problema, sendo bastante genéricos e repetitivos.

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Considerações Finais

Gekido: Kintaro’s Revenge revive um jogo impressionante de Gameboy Advance, um experimento ousado que inovou a experiência de jogar um beat’em up. Essa remasterização consegue trazer a nostalgia do gênero e expande ainda mais os limites da inovação do título original, mas traz consigo também problemas graves de execução devido ao seu level design injusto e seus controles por vezes imprecisos. É um jogo obrigatório para qualquer fã do gênero, mas que provavelmente deveria ser evitado por todo o resto da comunidade gamer.

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Nota

Narrativa = 6

Mecânica = 6

Audiovisual = 7

Vale os 15 dólares? Depende muito dos seus gostos e do que você está procurando. Se você sente falta e deseja reviver a glória dos arcades beat’em up dos anos 90 e tem interesse em ver uma experiência renovada e diferente dos padrões, vale a compra. Se tem um amigo igualmente nostálgico para compartilhar esta aventura, aí o jogo se torna obrigatório!

Geral: 6.3

Jogado na versão para Nintendo Switch